terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dagaz

Salve, Dia! Salve os filhos do dia! Salve Noite e suas filhas! Salve deuses e deusas! Salve!

Caminhando nos salões da aurora, mas que saudade que me bateu agora, do momento em que eu podia voar sobre a cidade dourada e chorar como a mais amada. Assim na doce brisa, no sol do nascer do dia, eu busquei o que era novo, eu busquei a profundidade em mim. Não queria que meus pensamentos voltassem para aquilo que me causa dor, não, eu me cansei de horror ou das noites malditas! Então agora eu vivo o dia, como uma donzela que desperta com o beijo, o beijo do sol caloroso!

Não tenho mais ouvido o vento, nem observado o vôo dos pássaros, caminho pelas ruas perdida em pensamentos e sei que tenho perdido algo que é muito importante para mim. Não tenho observado como a neblina cobre a noite como um manto e nem como as estrelas às vezes se esforçam para vencer as nuvens. Não tenho buscado um sorriso no choro ou a beleza dos corredores escuros de mim mesma. Tenho só feito evocar a tua imagem em minha mente e buscado resolver as equações malditas que me tiram o sono.

Numa prece silenciosa que se perde em algum canto do universo, eu deito algo como amor sobre você e algo muito triste é evocado dentro desse amontoado de palavras, talvez eu esteja mesmo morta, talvez não há nada de novo para ser revelado, talvez eu esteja mesmo certa e o tempo é findado, talvez nada como calor, fogo e alegria seja evocado dentro da noite fria que se instalou em nós. Será que ainda podemos curar um ao outro?

Bobagens de uma manhã abençoada pela a esperança de Dagaz! Bobeira de uma manhã com as bênçãos de Sigrfrida! Bobeiras de uma mente insana que procura se expressar desesperadamente. Não o que se “mente”, mas o que se sente! E isso me faz deitar sobre uma vala! Morta, desvirtuada e certamente, despedaçada. Aos pedaços recebendo a luz divina! O que há de restar em mim? O que há de restar no mundo?

No canto aquela que chora a dor daquilo que se foi! No canto aquela que implora para que tudo se resolva da melhor forma! E eu apenas aquela morta que se cala, sem frio, sem calor, sem nada, somente a observar a areia na ampulheta e tentar desvendar o que se fazer daqui pra frente. Choramingar o amor ausente? Não, prefiro me manter dormente, negando a comédia, sorrindo com o trágico. Opa, e lá vem o carro. E nós nos jogamos adiante!

Insano? O que haveria de mais insano que estar vivendo aqui? O que haveria de mais insano do que acreditar nessas mentiras que contamos para nós mesmos o tempo todo? Que eu seja como Frigga e passe minha eternidade tecendo em meu divino fuso!

Ah amigo, bom trazer de volta aquilo que sempre esteve comigo, um eu que é sempre vivo e que pode perscrutar todas as entranhas de minha própria mente dormente. Um Hail para o Dia! Um Hail para Noite! E um Hail para AS!


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