segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Coxinha



Essa história é baseada em fatos reais!

Um belo dia, dentro de sua dieta, porque ser gorda é coisa do capeta, ela decidiu não se permitir comer uma coxinha enquanto passava alegremente em frente à lanchonete. Porém, ela não sabia que o pior estava por vir depois daquela negação. Chegou em casa, fez o que tinha que fazer e foi dormir.
No outro dia nem mais se lembrava do incidente da coxinha, mas o pior começou a acontecer, ela começou a devorar todas as coisas que via em sua frente, comida, paçocas, panetones, sorvetes, bananas, mangas, balas, canivetes, cigarros... Tudo ela comia, estava terrivelmente possuída pelo que julgou ser uma fome perpétua, não passava trinta segundos após a sua última refeição e então era acometida por uma fome terrível e destruidora, saía caçando por todos os lugares tudo o que fosse comível, menos merda.
Os dias foram se passando, e a pobre não sabia mais o que fazer com aquilo. Sentou-se na escada e começou a fumar, pensando no que poderia ter causado o “start” de uma fome sem limites e fronteiras. Fumaça do cigarro entra, fumaça do cigarro sai e então, seu inconsciente fez surgir à imagem do momento da negação da coxinha.
“Não, não pode ser possível que uma simples negação de uma coxinha pode ter feito esse estrago todo”. – ela pensou enquanto achava que sua hipótese era absurda. Mas, aquilo não a abandonou, sua fome perpétua estava lá e a negação da coxinha também, só poderia estar ligado um evento no outro. Achou melhor conversar com seu amigo psicólogo, Tom Lourenço, para saber se aquilo era realmente possível:
- Tom, eu queria muito falar com você.
- Pode dizer, Sileide.
- Eu estou com um problema aí de fome perpétua e tudo começou desde que eu não me permiti comer uma coxinha por causa da dieta. Não sei se isso é possível, mas pensei que fosse meu inconsciente dizendo que eu devo comer uma coxinha.
- Soube de histórias terríveis de pacientes meus que negaram a Coxinha. Isso que você disse é muito possível, mas você sabe, sou meio místico e eu acho que seu problema tem uma causa espiritual.
- Não me diga que eu tenho que fazer a sessão do descarrego?
- Creio que sim. Mas, por favor, não vá a Universal, eu conheço um Xamã Católico Zen Xintoísta que poderá te ajudar com isso.
- Sério?
- Sim. Vamos, te levarei até ele. O tratamento pode ser assustador a princípio, mas acho que irá te ajudar.
- Oh, Tom, obrigada!
E lá se foram eles caminhando pelas estradas de todos os mundos. Sileide armava todo um esquema sobre um manifesto, uma marcha para pedir pela lei de proibir a venda e comercio livre de coxinhas e salientar que assim como o Sal, a Coxinha também deveria ser vendida pelo tráfico de drogas. Seu sofrimento era devastador, pensou em tantas pessoas que podiam estar sofrendo pelo mal Coxinhazheimer assim como ela, poderia abrir até mesmo um Coxinhas Anônimos. Pensou em dizer isso para o amigo, que era um revolucionário também, mas achou que era melhor guardar tudo aquilo para si.
Quando chegaram num barraco, “malacabado” e sujo, Sileide se deparou com o Xamã, era um tipo estranho, com a cara do Terence Mckenna, corpo de Tim Leary, olhos de John Lennon, ligeiramente aparentado com Dom Juan, óculos escuros tipo Matrix e vestido como os mulçumanos. Fumava um cachimbo em forma de língua de sogra e comia paçoca com cobertura de chocolate da Hershey’s (eu não estou ganhando pelo comercial). Tom tratou logo de dizer o seu problema para o amigo Xamã, falava tão baixo que Sileide não conseguia nem ouvir. O Xamã se aproximou da menina e perguntou:
- Como está se sentindo?
- Depois da coxinha virei devoradora de todas as coisas e sinto uma fome perpétua.
- Sim. Você está possuída!
Sileide arregalou os olhos: - Estou possuída pelo demônio da Coxinha?
- Não, o demônio é só um acessório, você está possuída pela Coxinha.
- Por Ganesh! Então, é por isso? Eu era uma boa menina, era uma menina normal, bacana, eu tinha amigos, uma boa auto-imagem, dinheiro no bolso, namorado, emprego e tudo o mais. Depois da Coxinha eu me perdi. Não consigo mais me relacionar e nunca mais fui à mesma. Muitas vezes eu sentia que não era eu quem falava, mas a Coxinha que falava em mim. Eu tenho vergonha de dizer isso, mas eu roubei para comprar Coxinha, eu me prostituí em troca de Coxinhas, eu destruí toda a minha vida pela Coxinha. Sei que não vai acreditar, mas eu vendi Crack para viciados pra sustentar meu vício em Coxinha.
A câmera foca no rosto do perplexo amigo Tom. :-O
- Sim. São bem esses os sintomas mesmo. – disse o Xamã.
- E o que temos que fazer?
- Vou usar uma técnica que não é muito agradável, mas tenho certeza de que isso e somente isso ajudará você. Deite-se naquela cama. – disse ele apontando uma cama de solteiro dentro de um quarto com as paredes sem reboco.
- O senhor não vai me estuprar não, né?
- Claro que não.
Sileide deitou-se na cama e o Xamã a amarrou. Tom, assustado com aquilo e triste por ver a amiga presa a cama por cordas grossas e fortes, chamou o Xamã de lado e perguntou:
- Isso é necessário mesmo?
- Sim. O tratamento envolve muitas coisas, entre elas amarras, contensão, outra droga substituta. Reza, muito Pai Nosso, muito Pai Nosso mesmo. E sessão de exorcismo.
- Ela está possuída pelo demônio da Coxinha?
- Não, como eu já disse, ela está possuída pela Coxinha, o demônio é só um acessório. Tipo, a Coxinha abre as portas para a entrada de espíritos ruins. É uma coisa muito severa isso, uma coisa muito feia.
O Xamã pegou toda a sua parafernália mágica, incensos, jurema, crucifixos, santos de todas as religiões, um gato preto, uma galinha, cinco pombos e uma baiana de dentro de seu armário e começou a sessão. Sileide começou a rir sem parar e gritar, chorava, ria, se contorcia. Tom estava mesmo muito nervoso, suando frio, enquanto o Xamã gritava:
- Ai de dum do iê! Bum bum bum... Xuasca li li li...
Sileide ria enlouquecidamente, Tom aproximou-se do Xamã e perguntou:
- Ela está rindo muito. Isso é normal?
- Não é ela quem ri, é a Coxinha quem está rindo, como nos filmes de exorcismos. – O Xamã virou pra menina jogando farinha e gritando: Saí, Coxinha! Saía desse corpo que não te pertence. Em nome de Donolito Jacuvé, pois este nome tem poder, eu ordeno que saía agora desse corpo!
Silêncio. Tom olhava para amiga que parecia morta quando pôde ver que uma Coxinha gigante se desprendeu de seu corpo, acendeu um cigarro e saiu caminhando pela porta da frente. Ele perguntou para o Xamã:
- Acabou o exorcismo?
- Não sei. Acho que ele está só começando.


Outros casos:

Salita França - Viciada em coxinhas desde 1994 - Ela está tão possuída pela Coxinha que está se metamorfoseando em Coxinha.

Laboratório Clandestino na Cracolândia onde se fabricam Coxinhas para o Tráfico.

Philip Dentorson - Assassino de aluguel para sustentar seu vício de Coxinha.

Flagrante do Datena - Duas Coxinhas se acasalando em plena lanchonete na Av: Paulista em São Paulo.


Steve Ratomorto - Um dos sintomas clássicos de viciados em Coxinha está em não conseguir manter o controle e a adoram a Coxinha com os olhos esbugalhados.

Trafico de Coxinha em plena luz do dia.

Assim que sua família soube de seu vício, Laurindo Mãosdetesoura, o Tesourinha, arranjou uma arma e ameaçava todas as pessoas que olhavam para a sua Coxinha. Seu vício desatou uma paranóia tão grande que achava que todos estavam conspirando para tomar-lhe suas Coxinhas.

Em São Paulo muitos centros de ajuda ao viciado estão atendendo, basta que você vá para o Posto de Saúde mais próximo e se informar.

Caso souber de pessoas que estão vendendo Coxinhas ligue para o Disque Denúncia.

Vamos lutar em prol de jovens saudáveis e longe do vício.

Procure o Coxinhas Anonimos mais próximo de você!

2 comentários:

  1. Pô....deu uma fome ler isso!!!....kkkkkkkkkkkkkk..........
    .......mas, falando sério, realmente é um absurdo! Este tráfico horrivel e desumano tem que acabar!!!!

    ......só mais uma coisa........aceita uma coxinha?!

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  2. Vi aquele reportagem sobre Coxinhlandia. Horrível. Vício pior que existe. Tanto vidas destruidas.

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