sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Samael


Desfaleço! O que haverá de fazer diante da abominável barreira da crença da limitação? 


Escorregar-me dentro de um corredor amanteigado das vias impostas pelos caminhos mais surreais possíveis. Beijando loucamente a boca de Samael. Implorando pelo seu veneno. Implorando por sua maçã.


Tente-me, Samael! Tente-me!

Para que ao tomar de sua tentação eu possa desvelar o oculto, deitar sobre as sombras da insanidade e deleitar-me na sensualidade dos delírios de teus beijos. Despir-me da velha carne, despir-me dos velhos conceitos. Adiante na loucura da sensualidade da sua escuridão.

Tente-me, Samael! Tente-me!

Porque do Éden também quero ser escorraçada, para além dessa loucura infligida, mentira lustrosa, terrivelmente destrutiva. E eu questiono todas essas concepções e todas essas perspectivas, vasculho em tudo para purificar todos os lugares onde esta sujeira está impregnada, Samael, querido, você não está sozinho e pelos seus beijos estou embriagada.

Procurarei teus olhos em cada homem que amo, deleitar no leito do conhecimento insano, para além dessa racionalidade condicionada. Sem ética, sem moral, sem nada. Despida de toda a mortalidade que tentaram impor a minha divindade. Amando-o na loucura da minha sobriedade!

Morda-me, velha serpente, pois em meus delírios encontrarei a sabedoria, na morte encontrarei vida, para além de mediocridade, para além da inferioridade, purificando-me no êxtase da sua sedução. E eu não te deixarei sozinho, Samael, não te deixarei sozinho em sua escuridão.

Tente-me, Samael! Tente-me!



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