quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Abismo

Dentro daquilo do que pode parecer, não um despertar, tampouco um adormecer, mas imagem confusa de uma ilusão necessária.
O universo dando-me seus segredos, para despedaçar dentro do abismo onde tudo que se vê é dualidade, quente e frio, seco e molhado, na boca o gosto do café amargo,
Sonhos que contam histórias de alguém que eu fui outrora, num outro mundo, tão inadmissível, a mente concebe aquilo que decodifico, mas tão incrédula com a suavidade da linguagem sem palavras,
Consciência alterada, por uma fração de segundos, nem o entendimento, nem o absoluto, talvez um vago conhecimento daquilo que não estou pronta para conceber.
Você contempla aquilo que pensa que sou, que muitas vezes não condiz com o que penso que sou, porque o que sou não pode ser pensado, nem prensado, nem comprimido...

Alívio...

Olho pela janela a claridade do sol amigo. O dia é timidamente quente, mas não importa para aquele que não sente, que tal clareza deveria levar as pessoas ao despertar...

E eu adormeço...

Contando-me histórias sem parar, tocando o sol em seu despertar, no leste da manifestação, angariando mundos de desejos, enquanto se caminha em dispersão.
Sussurro palavras em um idioma alienígena, nem um pouco incrédula, nem um pouco obsessiva, mas dentro da concepção do que é...
Vivendo a magia em uma totalidade atípica, não que isso pareça com as nuvens que rolam pelo céu, estou retirando-o do seu foco, por uma questão de órbita, uma simples rotação,
Peças necessárias numa maquina gigante, terrivelmente sobrepostas, amavelmente aleatórias, vivendo a incessante arte da mudança.
Ansiando o anseio de ir além desse tempo... E que tempo? Se podemos com nossos pinceis como artistas pintar passado e futuro ao bel prazer, que deita o sorriso no rosto de Dionísio.

Amada loucura...

Dos prazeres, das delicias, dos deleites, dos bacanais... A espalhar a alegria pela terra, em gargalhadas sinceras, no êxtase, na dança, no vinho...
Termino sorrindo uma doce poesia que nada tem para dizer para aqueles que não podem ver, dentre as sombras e os escombros de um abismo profundo, que a luz implora e ama a presença da escuridão.

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