domingo, 14 de novembro de 2010

Confusão

Alguém desmaiou na escada e foi o maior fuzuê. Ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo, mas como todos os seres humanos comuns, todos procuraram por uma resposta rápida. Alguns corriam achando que era incêndio, outros diziam que alguém acabava de ser baleado, outros disseram que uma mulher havia dado a luz na saída de emergência, outros que era algum bêbado fora de si. Então, uma mulher suspirou dizendo “Que confusão!” e um velhinho sorriu para ela em resposta: “Confusão não, caos criativo”.

De algum lugar muito alto aquele maluco saiu do vórtice de energia e jogou milhares de sementes pelo mundo, depois saiu correndo pelado num grande centro gritando “liberdade”. Quem poderia entender o que estava acontecendo? Todos se apressaram para dar um sentido para o acontecido, não importava se era verdadeiro ou não, desde que tivesse um sentido, uma causa, uma razão de ser. Provavelmente algum militante maluco.

E aquela menina comendo salgadinho no banco da praça, enquanto olhava umas crianças se divertindo nos brinquedos, pensava que razão era a coisa mais louca que alguém poderia ter inventado. Não conseguia pensar em outra coisa a não ser justificar a loucura como uma medida de dar um sentido as coisas. Explicar como? Para quem? E sobre o quê? Você tem certeza? Você tem mesmo certeza?

 E então houve a história daquele homem, que se perdeu na realidade, desde que começou a sonhar perdeu toda a noção de sonho e realidade, então começou a dizer que isso era sonho e aquilo era sonho e assim ele se tornou um grande sonhador, vivia sonhando... Sonhando aqui e sonhando lá. E alguém ainda disse que ele era parecido com Buda.

Ele era bem esquisito, vinha correndo pela rua em minha direção, pela feição parecia ser um louco qualquer que tinha acabado de sair do hospital. Ele segurou meus braços com força, sentia seus dedos cravados em minha carne. E ele começou a berrar: “Deseje para si as piores coisas do mundo, saboreie as piores coisas do mundo, experimente cada coisa horrenda que encontrar, aprenda a se desapegar de sua aversão, que é apego, e então isso te tornará tão forte, mas tão forte, que só poderá lidar com o mundo por meio do amor”. Soltou-me e continuou gritando: “Nenhum outro lhe dirá não, nenhum outro lhe dirá não”. Dei de ombros.

Três bruxas vivendo numa casa radioativa, elas eram reencarnação das Moiras. Isso mesmo, Cloto, Láquesis e Átropos e estavam perdidas por aqui. Por incrível que pareça elas adoravam comer patê de ração de cachorro com arroz, embora não soubessem o que era arroz. Apesar de toda essa confusão, elas são benéficas e entregam cachorro-quente para aqueles que elas convidam para a casa radioativa delas. Elas são mendigas, mas controlam o destino!

Confusão? Não, apenas caos criativo.

Um comentário:

  1. Parabens!!!!!!!!!! Muuuuuiiiiiiiiitoooooo legal!!!!!!
    Gostei!!!!

    Que a Santa Grande Privada esteja com você!!!!

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